
CHAMADOS AMIGOS DE JESUS

Pr. Cleber Montes Moreira
“Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (João 15:15)
João 15 nos apresenta uma das verdades mais sublimes do relacionamento entre Jesus e seus discípulos: somos chamados amigos de Cristo. Este capítulo revela a união íntima entre o Senhor e os que creem n’Ele, descrevendo uma comunhão que vai além da formalidade religiosa — é uma ligação vital, comparada à relação entre a videira e os ramos.
Jesus afirma: “Estai em mim, e eu em vós” (v. 4). Essa expressão define a essência da verdadeira amizade com Cristo: comunhão. Não se trata apenas de proximidade, mas de permanência e dependência. Assim como o ramo não pode frutificar por si mesmo, o crente nada pode produzir espiritualmente se não estiver ligado a Jesus. A vida cristã frutífera só é possível nesta união.
Frutificar é evidência de que estamos em Cristo — e os frutos que produzimos refletem a natureza dEle. Mas o contrário também é verdadeiro: quem não está em Cristo, quem rejeita essa comunhão, está espiritualmente seco e condenado à inutilidade eterna: “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (v. 6).
A amizade com Cristo nos alinha à Sua vontade. Quando permanecemos n’Ele e Suas palavras permanecem em nós, nossas orações deixam de ser centradas em desejos egoístas e passam a refletir o coração de Deus: “se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (v. 7). Vivemos, então, não para nossos próprios interesses, mas para glorificar o Pai (v. 8).
Essa permanência também nos insere no amor de Cristo: “Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor” (v. 9). Permanecer no amor de Jesus significa viver em obediência a Ele, pois “se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (v. 10). A obediência não é uma exigência legalista, mas uma resposta amorosa à graça recebida.
Quem é amigo de Jesus ama também os outros discípulos: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (v. 12). E como Ele nos amou? Com amor sacrificial: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (v. 13).
Ser chamado amigo de Jesus é um privilégio inestimável. Ele nos revelou os segredos do Pai, nos concedeu acesso à intimidade divina e nos chamou para caminhar com Ele. Diferente do servo, que apenas obedece sem compreender, o amigo participa, entende e compartilha da missão de seu Senhor (v. 15).
Contudo, essa amizade não é compatível com o mundo. “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim” (v. 18). Amizade com Cristo exclui amizade com o sistema mundano que rejeita a verdade, a santidade e o próprio Cristo (v. 19-21).
Aplicação:
Examine hoje sua relação com Jesus. Você é apenas um simpatizante, um conhecedor superficial, ou vive em comunhão com Ele como um amigo íntimo? A verdadeira amizade com Cristo se expressa em obediência, amor sacrificial e separação do mundo. Não é um sentimento passageiro, mas um relacionamento real, prático e transformador. Quem está verdadeiramente ligado a Cristo produz fruto — fruto espiritual, que reflete a natureza de Jesus — e, por meio dele, o Pai é glorificado.
Oração:
Pai amado, obrigado por ter enviado Jesus ao mundo e por me conceder o privilégio de conhecê-Lo por meio da Tua Palavra e da comunhão com Ele. Ajuda-me a permanecer obediente à Tua vontade e a frutificar para a Tua glória, refletindo sempre, em minha vida, o caráter do Senhor Jesus. Livra-me da amizade com o mundo e fortalece em mim o desejo de andar contigo todos os dias. Em nome de Jesus, amém.
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