Comissão de Meio Ambiente cobra soluções do presidente da Cesan para água barrenta e falta de abastecimento
Gandini durante sessão da Comissão de Meio Ambiente: “A água está chegando imprópria para o consumo e banho nas casas das pessoas. Precisamos de respostas!”. Crédito. Assessoria parlamentar.
O colegiado, presidido pelo deputado Gandini, vai ouvir na quinta, às 14h, na Assembleia Legislativa, as justificativas do presidente da Cesan e o que deve ser feito para corrigir os problemas.
Agora é para valer! O presidente da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud, tem um compromisso na próxima quinta-feira (6), às 14 horas, no Plenário Judith Leão Castello, na Assembleia Legislativa.
Ele dará explicações ao presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Casa, deputado Fabrício Gandini (Cidadania), e aos demais membros do colegiado, sobre a falta de abastecimento e a má qualidade da água (barrenta ou salobra) que chega à casa dos moradores no Estado.
“A situação está complexa, na Serra, já que falta água ou ela está chegando com barro nas torneiras, e não sabemos se é só isso. Então, esse é um tema urgente, que precisamos dar explicações ao morador que paga seus impostos e tem direito de receber água de qualidade”, declarou Gandini.
E insistiu: “Queremos saber o que está acontecendo. Há justificativas sobre desmatamento no interior, mas o mais importante: a água está chegando imprópria para o consumo e banho nas casas das pessoas, e em vários municípios capixabas, gerando insegurança em relação à disseminação de doenças. O que pode ser feito? Qual é o planejamento? Precisamos de respostas!”.
A expectativa da comissão era ter ouvido o presidente da Cesan no último dia 21, mas Munir Abud solicitou a mudança na data da sua participação na reunião do colegiado para a próxima quinta (6), por motivos pessoais. O pedido foi acatado.
“Acredito que já houve tempo suficiente para que a concessionária se preparasse para dar as respostas necessárias, com a máxima transparência”, avaliou Gandini.
SANEAMENTO
Para o deputado, a questão do saneamento básico ainda é um desafio para os municípios capixabas, que sequer têm conhecimento que são os titulares da área, e acreditam que a tarefa é exclusiva da Cesan.
“A lei (Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico, que prevê a universalização do acesso às redes de distribuição e tratamento até 2033) sozinha não vai resolver o problema. Tem município que acha que o Estado é o responsável. Tenho de dizer a alguns prefeitos: ‘É seu! Faça o plano de trabalho, de investimento. Aprove na Câmara de Vereadores’”, contou Gandini.
O parlamentar informou que seu trabalho à frente da Comissão de Meio Ambiente está pautado em três áreas de atuação: água, ar e florestas.
Segundo ele, no que se refere à água, a comissão tem fiscalizado o saneamento básico e a recuperação dos rios e comitês de bacias hidrográficas, que, na visão do parlamentar, estão organizados, possuem planos de ação, mas ainda têm como deficiência a falta de estruturação.
Gandini fez uma ligação entre a importância de se preservar as florestas para obter água de qualidade.
“Hoje, há um desmatamento absurdo. Fica a cargo dos municípios dar as licenças. Acabo de receber duas denúncias de devastação em Santa Teresa, na região serrana do Estado, para abertura de novos empreendimentos. E, depois, reclamamos da falta de água de qualidade”, destacou.
O parlamentar lembrou ainda que a Cesan já acendeu o sinal de alerta sobre a dificuldade de captar água de qualidade nos rios capixabas porque os corpos hídricos estão morrendo.
Por último, o deputado informou que o colegiado está debruçado na elaboração de uma Lei de Qualidade do Ar, que leve em consideração os índices da Organização Mundial de Saúde (OMS).