Conexões globais e parcerias: Horasis Global Meeting reúne mais de 1,3 mil líderes de 37 países
Evento internacional impulsiona o Espírito Santo como polo de ESG e inovação no país. Projetos globais e regionais estão em discussão para os próximos anos
Mais de 1,3 mil lideranças globais, de 37 países, estiveram conectadas durante os três dias do Horasis Global Meeting, um dos maiores fóruns mundiais de ESG, inovação, sustentabilidade e governança, realizado pela primeira vez na América Latina. O encontro colocou o Espírito Santo como a capital do ESG no Brasil e serviu de ponte para projetos futuros.
Frank-Jürgen Richter, fundador do Horasis, celebrou o potencial de novos negócios e parcerias: “Esse talvez seja o melhor evento de todos – as pessoas estão conectadas, formando uma verdadeira comunidade que une o espírito brasileiro ao internacional. Espero estar aqui novamente ano que vem”, declarou, ao reforçar a possibilidade de fazer novos encontros globais e também regionais, com a China e a Índia, por exemplo, no Espírito Santo.
Ainda segundo Ritcher, o tema “Construindo Pontes para o Futuro” foi considerado apropriado para o momento atual, marcado por desigualdades e divisões globais. “Vivemos um cenário global de transformação e de atenção, com as eleições nos EUA e as tensões no Oriente Médio e na Ucrânia”, adiantou ele.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, destacou que o Horasis Global Meeting trouxe visibilidade ao Brasil e, especialmente, ao Estado, transformando-o na “capital do ESG”, com debates produtivos que prometem gerar benefícios para o planeta. “Queremos levar o Estado para o mundo e atrair o mundo para fazer negócios conosco”, ressaltou.
Além de debates estratégicos, o evento também contribuiu com insights para outros projetos de longo prazo, como o “ES 500 Anos”. Nailson Dalla Bernadina, diretor-presidente do ES em Ação, comentou o compromisso do Horasis em fortalecer o Estado para o futuro. “Foram mais de mil participantes nas plenárias e nas sessões, a maioria delas com temas relacionados ao ESG e essa nova economia, o que nos permitiu colher a visão de mundo sobre perspectivas de colocar o Espírito Santo cada vez mais a frente”.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Paulo Baraona, reforçou o protagonismo do Estado na agenda ESG. “Acredito que teremos daqui por diante parcerias duradouras que vão nos permitir transformar o debate qualificado em soluções que tragam ganhos para os negócios e para a sociedade”.
*Balanço*
O Horasis Global Meeting reuniu as maiores lideranças globais que, em mais de 60 sessões e 11 plenárias em três dias, em Vitória (ES), debateram temas sobre mudanças climáticas, energias renováveis, projetos sociais e sustentáveis, políticas públicas, economia, universalização do saneamento básico, inovação, governança, entre outros.
Estiveram presentes nomes como Paul Clements-Hunt, conhecido por ter coordenado a equipe da Organização das Nações Unidas (ONU) que criou o conceito ESG; Rosalía Arteaga, ex-presidente do Equador; Hichem Mechichi, ex-primeiro-ministro da Tunísia; Luis Castiglioni, ex-vice presidente do Paraguai; Mamphela Ramphele, presidente honorária do Club de Rome; Benjamin Butler, da Embaixada do Futuro; Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China; Márcio França, ministro de Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; Veronica Cruz Rios, presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento, entre outros.
Em sua plenária, Butler ressaltou que ficou inspirado com todos os debates durante o Horasis. “Nos três dias, percebi caminhos, pontes para o futuro. A gente pode mobilizar recursos, capital e pessoas para resolver conflitos e paradoxos. E isso só acontece se nos engajarmos como seres humanos. No evento, fizemos reflexões diárias”.
Com um olhar para educação, Arteaga, durante seu painel, disse que é a base para termos uma sociedade com valores éticos e com uma visão ampla sobre o mundo. “O recurso mais importante que um país pode ter é o cérebro das crianças e adolescentes, e não estamos prestando atenção, não estamos dando bons exemplos. Precisamos mais do que nunca falar sobre valores, ética, e a sociedade inteira deve colaborar, além do governo, da mídia, da academia”.
Ramphele também reforçou a importância do envolvimento de jovens lideranças em projetos de preservação do meio ambiente e de causas sociais, e que esse trabalho seja desenvolvido em sinergia com instituições públicas e governamentais engajadas nessas ações.
*Centro global e negócios*
Além de debates sobre o ESG, o Horasis Global Meeting serviu de palco para a conexão de novos negócios, com a aproximação de executivos e lideranças com o governo e também com empresas.
Hunt destacou que há fundos no mundo com recursos e que procuram oportunidades de investimentos, principalmente em questões relacionadas ao meio ambiente, à governança e ao social. “Com a segurança jurídica e organização, o Espírito Santo seria o local ideal para criar as bases de um centro global de discussão e geração de negócios. O Estado é politicamente estável, tem uma visão ESG, tem um plano de 500 anos, e a comunidade empresarial aqui é muito empreendedora. Acredito que pode vir a ser um modelo, não só para outros estados no Brasil, mas para outras províncias ao redor do mundo”.
O Horasis Global Meeting é uma apresentação da Apex, Sicoob e Cesan, com realização do ES em Ação, Findes/Cindes e Horasis, com patrocínio do Banestes, ArcelorMittal, Vale, Bandes, CNI, ES Gás, Fetransportes, Grupo Águia Branca, Marca Ambiental e Suzano; e apoio de Allemand, Espírito Madeira, Portocel, GVBus e Governo do Estado.
Por Kelly Kalle
Foto: Encerramento do Horasis. Crédito: Cloves Louzada