FINO DO BENEFICIAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS – FiBRO

Existe um cisne onde se enxergava um patinho feio.

No processo do beneficiamento de rochas ornamentais, no qual os blocos extraídos nas pedreiras são desdobrados em chapas e estas passam por todo um processo que as conduz a variados tipos de acabamento de superfície (polido, o mais conhecido, levigado, escovado, apicoado, flameado, entre outros), e aplicações variadas como produtos acabados, correm pelo sistema de captação e tratamento da água utilizada no processo de beneficiamento, partículas de rocha que, conforme a história infantil, até este momento, era visto como um “patinho feito”, relegado a condição de algo sem valor, um resíduo destinado a permanecer, para sempre, depositado em aterros a eles destinados.

A persistência do Sindirochas/ES, a participação direta do CETEM, UFES e IFES, com apoio da FAPES, inclusive financeiro, da FINDES e do Centrorochas, e engajamento do Governo do Estado através do Governador, Vice-governador, da Secretaria de Meio Ambiente e do IEMA, e colaboração da equipe do Instituto Capixaba de Gestão, a partir da publicação da IN IEMA nº 12/2023, nos conduz ao momento em que o “patinho feio” é reconhecido, na verdade, como um “belo cisne”. Nasce, através do reconhecimento de seu potencial e capacidade de utilização, e total adesão a processos que buscam maior sustentabilidade econômica, o FiBRO – Fino do Beneficiamento de Rochas Ornamentais, um subproduto do processo pelo qual os blocos de rochas ornamentais transformam-se em belos produtos que levam a beleza das rochas capixabas e nacionais, para todo o Brasil e para o mundo. A denominação FiBRO foi dada durante o desenvolvimento do projeto coordenado pelo CETEM/NR-ES.

As possibilidades de utilização do FiBRO são inúmeras, conforme estudos e pesquisas, existentes no Brasil e no Mundo. O CETEM, UFES e IFES, dentre diversas outras renomadas instituições nacionais de estudo e pesquisa, tratam o tema já a bastante tempo, e possuem registros que apontam o potencial de utilização deste subproduto (FiBRO) para fabricação de artefatos de cerâmica vermelha, artefatos à base de cimento Portland, vidro, tintas, além da utilização como base e sub-base de pavimentos, dentre outros..

O destino do FiBRO e sua efetiva aplicação, requerem, aliadas a ações empreendedoras, a edição de políticas públicas que incentivem a utilização deste importante recurso, já disponível em abundância e cuja geração acompanha o ininterrupto processo das empresas de rochas ornamentais (estudos[1]  indicam que no Estado do Espírito Santo, até 2019 o volume de FiBRO, em depósito, era estimado em 3,1 milhões de metros cúbicos, com projeção de alcançar 6,2 milhões de metros cúbicos até 2035). A aplicação do FiBRO em substituição, mesmo que parcial, a outros materiais utilizados em diversos processos construtivos e/ou aplicações, possui total aderência com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, da Organização das Nações Unidas, que dentre eles indica “Consumo e Produção Responsáveis”, e tem perfeito alinhamento com as premissas da economia circular.

O Sindirochas/ES e Cetemag, com apoio do Centrorochas, manterão sua atuação para que as atividades do setor de rochas ornamentais, hoje já comprovadamente mais sustentáveis do que as de diversos outros setores que produzem produtos concorrentes, seja referência não só pelos positivos reflexos econômicos da atividade, mas também em sustentabilidade ambiental e social.

Ed Martins, presidente do Sindicato das Indústrias do Setor de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Estado do Espírito Santo (Sindirochas)

 

[1] Revista Geociências – Unesp – Mirna Aparecida Neves, e outros

 

 

Categorias

jornalresgate