
Fórum InfraLeste aponta cinco caminhos para destravar a logística nacional
Evento inédito realizado na quarta (11/06) reuniu lideranças industriais e autoridades em Vitória (ES) para debater soluções práticas para os principais gargalos da infraestrutura do país
“O Brasil só será competitivo com logística integrada”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona, na abertura do Fórum InfraLeste, realizado na quarta-feira (11), em Vitória (ES). Idealizado pelas Federações das Indústrias do Espírito Santo (Findes), da Bahia (Fieb), de Goiás (Fieg), de Minas Gerais (Fiemg), do Rio de Janeiro (Firjan) e de São Paulo (Fiesp), o Fórum conta com o apoio institucional do Ministério dos Transportes, Ministério de Portos e Aeroportos (ANTT) e da Infra S.A.
Com participação de mais de 200 representantes do setor produtivo, autoridades, especialistas e investidores estaduais e nacionais, o evento marcou o lançamento de uma frente inédita entre seis Federações das Indústrias para destravar gargalos estruturais e posicionar o Arco Leste como um novo corredor logístico nacional.
“O Fórum InfraLeste nasce como um instrumento permanente de articulação técnica e política. Estamos discutindo um projeto de logística para que o setor produtivo seja mais competitivo no país e para que o Custo Brasil diminua”, destacou Baraona.
5 caminhos para destravar a logística nacional
Durante os painéis Integração Porto-Ferrovia e Arco Leste na Logística Nacional, as principais autoridades do setor de infraestrutura apresentaram diagnósticos e caminhos para superar os gargalos logísticos que travam a competitividade nacional, como: dependência excessiva do transporte rodoviário em longas distâncias; malha ferroviária fragmentada; falta de acessos portuários eficientes e espaço físico para expansão; e baixa integração entre os modais existentes. Confira alguns dos caminhos levantados pelas autoridades:
1) Integração efetiva entre os modais
A conectividade entre ferrovias, rodovias e portos foi apontada como prioridade pelas especialistas. Para o diretor-geral da ANTT, Guilherme Sampaio, o momento exige articulação e execução: “Vivemos o momento mais virtuoso da infraestrutura nacional. Temos uma carteira robusta de projetos e o Fórum será essencial para consolidar esse planejamento. A parceria com a indústria é estratégica. Precisamos entregar um cardápio logístico ao usuário, com soluções intermodais, conectadas e eficientes.”
2) Fortalecimento das ferrovias autorizadas
O modelo de ferrovias autorizadas, que permite o investimento direto da iniciativa privada, foi apontado como ferramenta essencial para acelerar a modernização da malha ferroviária brasileira. “As ferrovias autorizadas são a base do novo modelo logístico. Já avançamos em licenciamento, aquisição de áreas e isonomia regulatória. Esse é o caminho para consolidar o Arco Leste como um hub logístico competitivo”, defendeu o presidente da Associação Brasileira de Ferrovias Autorizadas, José Roberto Barbosa.
3) Eficiência portuária e modernização operacional
A melhoria da infraestrutura portuária, com novos leilões e ampliação de terminais, também foi citada como condição essencial para garantir o escoamento da produção nacional. “Temos bons exemplos nos portos do Espírito Santo, com autorizações avançando, mas ainda precisamos acelerar obras e ampliar a capacidade física para acompanhar a demanda crescente”, reforçou o superintendente de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wagner Cardoso.
4) Ambiente regulatório seguro e financiamento estruturado
A maturidade das agências reguladoras brasileiras e os instrumentos de financiamento disponíveis foram apontadas como fatores fundamentais para tornar o ambiente de infraestrutura mais seguro e atrativo. “Infraestrutura é como um transatlântico. Demora a ganhar tração, mas quando avança, move toda a economia. Precisamos consolidar o ambiente regulatório e garantir previsibilidade jurídica e econômica”, avalia o CEO do MoveInfra, Ronei Glanzamann.
5) Governança permanente e metas tangíveis
A formalização do Fórum InfraLeste como instância de diálogo contínuo e a definição de metas concretas foi apontando como essencial para transformar debates em políticas públicas e projetos executáveis. “Temos um futuro promissor, mas precisamos pensar em metas claras e tangíveis. A continuidade desse debate entre governo e setor privado é o caminho para destravar a logística brasileira”, afirmou o professor da FGV e especialista em Transportes, João Lanza.
Arco Leste: rota estratégica para o futuro do Brasil
O Arco Leste integra os principais corredores produtivos do país, ligando os portos da Bahia ao Rio de Janeiro, passando pelos complexos do Espírito Santo, permitindo o escoamento de cargas do Centro-Oeste, Minas Gerais, Bahia e São Paulo.
Objetivos estratégicos do Fórum InfraLeste
A iniciativa congrega as Federações das Indústrias de seis estados com o propósito de articular uma agenda comum em torno dos seguintes temas:
- Regulação dos modais logísticos
- Licenciamento ambiental
- Integração de modais e eficiência no transporte de cargas
- Intervenção fundiária e planejamento territorial
- Redução de custos logísticos e aumento da competitividade
“Estamos reunindo as inteligências públicas e privadas em torno de uma agenda comum. O Fórum InfraLeste é a contribuição do setor produtivo para que o Brasil finalmente avance em logística. Nossa missão é clara: menos discurso e mais execução”, finalizou o presidente da Findes, Paulo Baraona.



Créditos: Renan Donato
Por Anderson Barollo
FIORELLA GOMES
Analista de Comunicação Gerência de Comunicação Institucional – Findes
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