Gandini quer sala adaptada para autistas em estádios
Depois de garantir validade indeterminada do laudo médico para acabar com a burocracia no acesso a direitos, deputado propõe mais acessibilidade, com sistema antirruído, para diminuir o barulho, já que isso pode incomodar estes torcedores
Muitas vezes, em jogos de futebol, nos momentos em que um time faz um gol, os sons ficam mais intensos devido aos gritos e maior agitação da torcida, e as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) se assustam e têm a necessidade de se locomover até um lugar mais calmo.
Para garantir a presença de pessoas do TEA, portadores de Síndrome de Down, dentre outros transtornos, nos estádios e arenas esportivas que possuam capacidade igual ou superior a 15 mil pessoas, o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania) propõe a criação de uma sala sensorial adaptada nesses locais.
“O meu projeto objetiva separar espaços, como uma sala, na qual se daria para presenciar o evento esportivo através de paredes de vidro, com iluminação controlada, piso tátil, área recreativa, agentes para auxiliar e, o mais importante, som reduzido”, explicou Gandini.
Ele reforça que autistas possuem maior propensão à hipersensibilidade sensorial a estímulos do ambiente e sofrem com os barulhos e ruídos, provocando uma sobrecarga dos sentidos, causando desconfortos, pânico e até comportamentos agressivos.
“Daí a importância de uma sala adaptada, com um sistema antirruído, para diminuir o barulho do estádio, já que isso pode incomodar estes torcedores. A iluminação do ambiente seria feita por meio de luz indireta, e o mobiliário também é pensado de forma adaptada, para garantir maior comodidade para torcedores, com fones abafadores de som e brinquedos para as crianças que utilizarem o local”, detalhou.
Gandini destaca que “o valor do ingresso seria em igualdade de preço ao ordinariamente praticado” e que os beneficiários poderão se fazer acompanhar por suas famílias, sendo até três pessoas e uma delas a que possui gratuidade. Ao todo, cada sala sensorial teria até 50 pessoas.
O deputado lembra, ainda, que essas pessoas deverão receber ingressos diferenciados daqueles disponibilizados ao público em geral, e que a entrega desses, como também a organização dos espaços, serão de responsabilidade do clube, no caso de jogos de futebol, ou da produtora responsável, no caso de outros eventos.