Inadimplência do consumidor capixaba cai pelo 3º mês consecutivo
Pesquisa aponta ainda que, ao comparar setembro deste ano com o mesmo mês de 2023, houve queda de 6,2% na quantidade de famílias com contas em atraso
Pelo terceiro mês consecutivo, a inadimplência do consumidor capixaba reduziu. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) apontou que, em setembro, a quantidade de consumidores com contas em atraso era de 34,4%, uma redução de 0,6% em relação a agosto (35%). Ao comparar setembro deste ano com o mesmo mês de 2023, a queda chegou a 6,2% de inadimplentes.
Já quanto aos endividados – que têm compromissos financeiros –, a redução entre agosto e setembro no Espírito Santo foi de 0,5% – saindo de 90,7% para 90,2%. No Brasil, a redução do endividamento foi de 0,8%: de 78% para 77,2%. Porém, o nível de inadimplência das famílias brasileiras aumentou 0,5% entre os meses, saindo de 37% para 37,5%.
As análises dos dados são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Para a coordenadora do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, os resultados apresentados na Peic reforçaram tendências comportamentais das famílias capixabas: estabilidade do endividamento próximo a 90% e a redução da inadimplência.
“Apesar do endividamento das famílias capixabas, a capacidade de pagamento das dívidas continua melhorando. A redução no endividamento pode indicar uma melhora na saúde financeira das famílias, o que tende a impulsionar o consumo. E reflete o momento favorável do mercado de trabalho e da melhora da expectativa do comerciante capixaba para as vendas do final do ano”, ressaltou Ana Carolina Júlio.
O levantamento mostrou ainda que o nível de endividamento das famílias com menor renda (até 10 salários mínimos, ou seja, R$ 14.120) caiu 0,8% entre agosto (92,1%) e setembro (91,3%). Já o dos consumidores com maior renda (acima de R$ 14.120) aumentou 1% de agosto (81,7%) para setembro (82,7%), o que pode indicar um aumento do consumo.
“É interessante observar que a inadimplência capixaba tem apresentado um comportamento oposto ao observado nos últimos anos. Historicamente, o terceiro trimestre do ano (de julho a setembro) tem como característica o aumento da inadimplência. No entanto, o terceiro trimestre de 2024 foi marcado por uma retração desse indicador ao se comparar com 2023 e 2022. Esse resultado indica que a capacidade de pagamento (inadimplência) e, consequentemente, o consumo das famílias capixabas pode começar o quarto trimestre acima do observado nos últimos dois anos”, analisou a coordenadora do Connect Fecomércio-ES.
O levantamento apontou ainda sobre como o endividamento ocorre, sendo o cartão de crédito a principal ferramenta. No mês passado, 89,6% das famílias tinham o cartão como maior compromisso financeiro, seguido pelo crédito pessoal (11,2%) e carnês (7,2%).
“Outro dado importante é que o percentual de famílias capixabas inadimplentes que afirmam não ter capacidade de pagar as dívidas em atraso aumentou 1,6% entre agosto e setembro: de 55,1% para 56,7%. Por outro lado, houve redução (3,2%) no percentual de dívidas com elevado tempo de atraso (acima de 90 dias) em entre agosto (54,9%) e setembro (51,7%)”.
A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada no site da Fecomércio-ES, na seção Connect: https://fecomercio-es.com.br/pesquisas/.
Sobre a Fecomércio-ES
A Fecomércio-ES integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e representa 374.523 empresas, responsáveis por 65% do ICMS arrecadado no estado e pelo emprego de 719 mil pessoas. Com 31 unidades espalhadas por 15 municípios e ações itinerantes, o Sistema Fecomércio-ES atua em todo o Espírito Santo. A entidade representa 24 sindicatos empresariais e tem como missão contribuir para o desenvolvimento social e econômico do estado. O projeto Connect é uma parceria entre Fecomércio-ES, Faesa, Senac-ES, Secti-ES, Fapes e Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).
Por Laísa Rasseli