POPULAÇÃO QUE CONSUMIU ÁGUA CONTAMINADA SOFRE COM DEPRESSÃO

Mal de Parkinson e Alzheimer podem ser algumas doenças causadas pelo uso de água contaminada com altos índices de manganês e outros elementos químicos. Além disso, os reflexos do “rompimento de Mariana” evidenciaram a vulnerabilidade psicológica dos atingidos, com diversos casos de depressão, inclusive casos de depressão coletiva em algumas localidades. A informação faz parte de estudos feitos após o desastre na barragem de Fundão na cidade de Mariana em Minas Gerais e será denunciado pelo deputado Renzo Vasconcelos nesta terça-feira, 22, em sessão solene na Assembleia

Legislativa em comemoração aos 20 anos da CIPE- Rio Doce. De acordo com Renzo, “A Vale deixou a população do rio consumir água com metais pesados. Toda a costa litorânea do Espírito Santo está com a vida marinha comprometida, o que já é de conhecimento dos responsáveis pelo desastre ambiental.”.

Medidas Urgentes

Melhorar o índice de tratamento de resíduos sólidos e de esgotos lançados, de efluentes industriais, e melhorar a poluição difusa pelo uso indiscriminado de agrotóxicos também lançados no rio são medidas urgentes que devem ser adotadas visando à recuperação da Bacia do Rio Doce.

O desastre de Fundão despejou 62 milhões de metros cúbicos de lama na Bacia, que abrange e alimenta 229 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo.

Uma tragédia dessa proporção precisa de uma resposta compatível com a gravidade do cenário. Medidas como a construção de vilas a programas de pesca e monitoramento da biodiversidade, indenizações, reconstrução de infraestruturas, restauração florestal, nascentes e apoio aos povos indígenas são ações necessárias e que devem ser debatidas e monitoradas pela sociedade.

É neste triste e lamentável cenário que a CIPE – Rio Doce, que tem como coordenador regional o deputado Renzo Vasconcelos (PP-ES), abre debates nesta terça- feira às 19 horas no Plenário Dirceu Cardoso na Assembleia Legislativa do Espírito Santo para comemorar os seu aniversario de vinte (20) anos.

Serviço

Sessão Solene de Aniversário de 20 anos da CIPE- Rio Doce

Local: Plenário Dirceu Cardoso – Assembleia Legislativa do Espirito Santo

Dia: Terça- feira. Data: 22 de outubro

Horário: 19 horas.

Presenças: deputada, Celise Laviola- coordenadora regional da CIPE- Rio Doce (MG); deputado Celinho Sintrocel, presidente da CIPE-Rio Doce; Coronel Sandro, membro efetivo da CIPE-Rio Doce; Henrique Lobo (engenheiro agrônomo, sanitário e ambiental), membro do Conselho da Biosfera da Mata Atlântica e representante do Movimento Todos pelo Rio Doce; Paulo Henrique Trazzi (Procurador da Republica e  membro da Força Tarefa do Ministério Publico Federal para o desastre da Samarco), além de Dom Wladimir Dias, bispo da Diocese de Colatina, entre outras autoridades convidadas.

Mais informações sobre a Bacia

A Bacia Hidrográfica do Rio Doce possui área de drenagem de 86.715 quilômetros quadrados, dos quais 86% estão no Leste mineiro e 14% no nordeste do Espírito Santo,

com uma vasão media de 99m³/s. Seu tamanho pode ser comparado ao de Portugal e três vezes mais que o tamanho do estado de Alagoas. O principal formador do Rio Doce é o Rio Piranga, cuja nascente localiza-se na Serra da Mantiqueira, em Ressaquinha,

Minas Gerais. No município de Rio Doce, ao receber as aguas do rio do Carmo, o rio Piranga passa a se chamar Rio Doce. O percurso é de 853 km, com sua foz no Oceano Atlântico na Vila de Regência em Linhares (ES).

O regime pluviômetro da Bacia é caracterizado por dois períodos bem distintos. O chuvoso que se estende de outubro a março, com maiores índices no mês de dezembro, no qual a precipitação varia de 800 a 1.300 mm; e o período seco que se estende de abril a setembro, com estiagem mais crítica de junho a agosto, com precipitação variando entre 150 a 250 mm.

Demanda

O uso da água na Bacia do Rio Doce tem 22% de demanda utilizada para abastecimento humano, 51% para irrigação, 17% para indústrias, 7% para os animais e 3% para abastecimento rural.

Municípios Banhados

Dos 229 municípios, total ou parcialmente incluídos na Bacia, 26 localizam-se no Espírito Santo e 203 em Minas Gerais, entre o Vale do Rio Doce, o norte da Zona da Mata Mineira e sudeste da Região Metropolitana de Belo Horizonte. 191 cidades mineiras e 20 cidades capixabas utilizam a água do Doce.

População

Cerca de 3.295.000 habitantes formam a população residente na Bacia do Rio Doce, distribuída em 229 municípios, sendo 203 mineiros e 26 capixabas. Mais de 85% desses municípios têm até 20 mil habitantes e cerca de 73% da população total da bacia concentra-se na área urbana. Nos municípios com até 10 mil habitantes, 47,75% da população vive na área rural.

Os principais municípios em que o Rio Doce passa em suas Sedes Urbanas são; Colatina, Governador Valadares, Aimorés, Baixo Guandu, Conselheiro Pena e Galileia.

As principais cidades da Bacia São Ipatinga e Governador Valadares em Minas e, no Espírito Santo, Colatina e Linhares.

Indústria Extrativa

A Indústria Extrativa, especificamente a extração do minério de ferro é a maior expressão da atividade econômica de Minas Gerais, seguido pelo setor de Fabricação de Veículos automotores. No Estado do Espírito Santo a atividade industrial apresenta maior concentração se comparada ao Estado de Minas Gerais. Somente três setores industriais detêm maior peso na economia: a Indústria Extrativa de Minério de Ferro, seguido pelo setor de metalurgia básica e Fabricação de Celulose.

Em relação aos estabelecimentos industriais inseridos na bacia do rio Doce destacam-se as atividades das indústrias extrativas e indústrias da transformação.

O Doce e a Agricultura

A área plantada de culturas permanentes teve evolução de apenas 8,14% na bacia do Doce, mesmo assim é responsável por 51% do consumo de água na bacia.

Economia que prevalece em toda a bacia

A atividade econômica da bacia do Rio Doce é bastante diversificada, destacando-se a agropecuária, agroindústria sucroalcooleira; a mineração (ferro, ouro, bauxita, manganês, pedras preciosas e outros); a indústria (celulose, siderurgia e laticínios); o comércio e serviços de apoio aos complexos industriais; e a geração de energia elétrica.

Na agropecuária, lavouras tradicionais, cultura de café, cana de açúcar, criação de gado de corte e leiteiro, suinocultura, dentre outras.

Na agroindústria, sobretudo a produção de açúcar e álcool.

A região possui o maior complexo siderúrgico da América Latina.

Sobre a CIPE-Rio Doce

A Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CIPE- Rio Doce), foi oficializada em 13 de agosto de 1999 nas cidades de Aimorés (MG) e Baixo Guandu (ES) com objetivo de promover estudos e pesquisas sobre Politica de Desenvolvimento Integrado e de Conservação de seus recursos naturais, necessários a uma bacia hidrográfica de tamanha importância além de congregar esforços políticos e técnicos indispensáveis à recuperação, à preservação, e ao desenvolvimento da Bacia Hidrográfica.

Por Joel Vieira dos Santos

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