Setor moveleiro de Linhares cresce em 2020 acima do esperado, mesmo com a pandemia

Números apontam um crescimento próximo dos 40% em relação ao ano anterior. 140 novos postos de trabalho foram gerados. Um crescimento de cerca de 17% em relação a 2019 no número de pessoas contratadas 

Superando até mesmo as previsões mais otimistas, em um ano marcado por uma pandemia, o setor moveleiro de Linhares cresceu cerca de 40% e gerou 140 novas vagas de emprego, 17% a mais em relação ao ano anterior, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do ES, Sindimol, Bruno Barbieri Rangel. Para ele 2020 foi um ano totalmente atípico.  

 “Ainda estamos contabilizando os números, devemos ter o fechamento total no início de fevereiro, mas estamos próximos de um crescimento de 40%, o que é excelente quando analisamos as expectativas do início do ano. 2020 foi sem dúvida um ano totalmente atípico para indústria moveleira”, esclarece Barbieri.  

O presidente lembra que em virtude do cenário político nacional, 2020 começou sem grandes expectativas de crescimento em relação a 2019, ano em que o setor cresceu menos de 10%, e fazer qualquer previsão ficou ainda mais difícil com a chegada da pandemia, porém, a partir do segundo semestre, ocorreu uma bolha de consumo no setor que se manteve até o final do ano. 

“Os meses de março e abril, com a chegada da pandemia, e as incertezas sobre o covid-19, provocaram a suspenção nas operações, tanto na indústria como o comércio, gerando queda nas vendas e demissões. A partir do segundo semestre verificamos uma bolha de consumo no setor moveleiro, que trouxe novas expectativas. No fim do ano, algumas empresas ainda mantinham ritmo acelerado de produção”.  

Vitor Guidini, gerente comercial da Cimol Móveis, especializada na produção de salas de jantar, explica que a demanda do mercado surpreendeu, e que isso se deve, em parte, ao auxílio emergencial do governo federal. “A demanda foi realmente surpreendente, não só para nós, mas para todas as demais empresas do polo. Crescemos entre 30% e 40%, e o auxílio emergencial com certeza ajudou muito nesse consumo de 2020”, destaca Vitor.   

Empresário do ramo de marcenaria Andremar Brizon diz que em seu segmento, o de móveis por encomenda, o crescimento também chegou a casa dos 40%, e se deve ao aumento dos números da construção civil. “Mesmo com todas as dificuldades impostas pela pandemia o número de obras aumentou, e o setor de marcenaria acompanhou. Foi um ano de muita superação, reinvenção, mas bastante produtivo”, esclarece Brizon. 

“Essa é a primeira crise que trouxe aumento da demanda para o setor moveleiro do ES, tanto para o seriado quanto para a marcenaria. Apesar da escassez de algumas matérias primas e o aumento de preços de todas elas, o momento é bom, e deve continuar em alta todo esse ano, mas as empresas precisam adotar muita cautela, pois o momento financeiro do país é ainda totalmente incerto”, disse o presidente da Câmara Moveleira do Espírito Santo, Israel Moreira Junior. 

2021 ainda é de incertezas  

“Manteremos a cautela”, diz Bruno sobre este ano. Para ele a chegada da vacina traz esperança, especialmente para o segundo semestre, período tradicionalmente bom para indústria moveleira, mas é preciso se manter atento aos movimentos da economia do país.  

“A questão da vacina nos permite enxergar um horizonte um pouco mais tranquilo, principalmente no segundo semestre, mas vamos manter uma rotina de análise constante do cenário econômico para tomarmos as medidas mais acertadas possíveis”. 

RAIANNE TREVELIN

Analista de Comunicação
Unidade de Comunicação Integrada (UCI) 

Categorias

jornalresgate