CRE Norte realiza 1º Encontro Regional dos Pacientes Afásicos
Junho é considerado o mês de conscientização sobre a Afasia e para lembrar a data foi realizado o 1º Encontro Regional dos Pacientes Afásicos do Centro Regional de Especialidades (CRE) Norte, em São Mateus. O evento aconteceu na última sexta-feira (28), na sede da unidade.
A afasia é a perda da capacidade, total ou parcial, da compreensão e expressão da linguagem falada ou escrita, resultado de uma lesão cerebral. Essas lesões podem ser resultado de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismo craniano, encefalites ou tumores cerebrais, sendo o AVC a causa mais comum da disfunção. A condição pode se manifestar pela dificuldade de fala, escrita, leitura e compreensão.
Durante o encontro, foram realizadas rodas de conversa sobre a afasia, com os pacientes e cuidadores, e troca de vivências. Além da fonoaudióloga do CRE, o psicólogo, o fisioterapeuta e a farmacêutica que atuam pelo projeto AmparADOR realizaram atendimento dos participantes. Para ter acesso ao serviço, o cidadão deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, que fará o encaminhamento ao atendimento.
A iniciativa do evento partiu da fonoaudióloga do CRE, Larissa Raymundo Pimentel. Ela explicou que já tinha uma vontade antiga de realizar o encontro e que as ações são incentivadas pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBF). Durante o mês de junho, a profissional também fez abordagens com os trabalhadores da saúde que atuam na unidade e com pacientes de outras especialidades que aguardavam atendimento para explicar sobre o tema.
“Os pacientes costumam ficar isolados depois do AVC. O objetivo do encontro foi promover a interação e estimular a socialização, a comunicação e a troca de experiência entre os pacientes e cuidadores. E ainda proporcionar um momento de acolhimento e cuidado, fortalecendo vínculo entre paciente, cuidador e terapeuta. O evento foi muito importante e proveitoso para todos”, relatou Larissa Raymundo Pimentel.
Uma das pacientes que esteve presente foi a moradora de Boa Esperança, Dalva Cristina dos Santos. Ela passou por um AVC há cinco meses dentro da igreja e como consequência, perdeu a capacidade de fala de forma temporária. Dalva revelou que, antes do AVC, ela tinha uma conta nas redes sociais onde compartilhava vídeos dela cantando e vê no tratamento a esperança de voltar a cantar.
“Depois do AVC eu não falava e não escutava direito. Passei 22 dias internada e estou conseguindo me recuperar. No começo foi muito difícil, mas agora estou melhor. Foi muito gratificante fazer parte desse encontro. Agora quero conseguir voltar a cantar, que é algo que tenho dentro do meu coração e é o meu propósito. Já escolhi a música que vou postar quando me recuperar”, declarou.
Como ajudar pessoas com afasia a se comunicarem melhor?
A fonoaudióloga Larissa Raymundo Pimentel explicou que a família desempenha um papel importante no processo de tratamento, contribuindo para a evolução da comunicação do paciente. Por isso, ela destacou algumas atitudes que ajudam a melhorar essa comunicação. São elas:
– Ser um ouvinte atento;
– Não falar pela pessoa e dar tempo para que ela consiga se comunicar;
– Usar frases curtas e simples. Simplifique fazendo perguntas de sim ou não;
– Conversar em ambientes tranquilos e silenciosos;
– Usar e incentivar o uso de desenhos, gestos e imagens;
– Falar sobre um tema de cada vez;
– Dar liberdade para tentativas. Não fingir que entendeu.
O que é, diagnóstico e tratamento
A afasia é caracterizada pela perda da capacidade da linguagem. Por ser pouco conhecida, pacientes e familiares costumam não procurar atendimento médico por desconhecimento do tratamento, que é oferecido de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A disfunção é provocada por um dano ou lesão cerebral e o tamanho e região dessa lesão pode determinar quanto da linguagem será comprometida.
Os principais sintomas de afasia, de acordo com a SBF, são a dificuldade de selecionar palavras, de expressar o que deseja, compreender o que é dito, ler e escrever e realizar alguns gestos.
O diagnóstico de afasia é feito por um neurologista e por meio de tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Com esses exames é definido o local da lesão no cérebro e a causa ou doença que levou à afasia. Já o tratamento relacionado à comunicação é realizado por fonoaudiólogos e outros especialistas reabilitam outras áreas comprometidas.
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Fonte site do Governo ES