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Retinoblastoma: câncer ocular mais comum na infância exige diagnóstico precoce

Nesta quinta-feira, 18 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, câncer ocular raro, mas agressivo
 
Nesta quinta-feira, 18 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, câncer ocular raro, mas agressivo, que afeta principalmente crianças na primeira infância. A data tem o objetivo de alertar a população para os sinais da doença, cuja detecção precoce é essencial para preservar a visão e aumentar as chances de cura.
 
O retinoblastoma é um tumor maligno originário das células da retina, estrutura do olho responsável pela visão, que pode afetar um ou ambos os olhos. Apesar de raro, representa cerca de 4% dos cânceres infantis e tem maior incidência em crianças de até cinco anos ou em lactentes. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 400 novos casos são diagnosticados por ano no Brasil, sendo que metade deles é identificada tardiamente, o que compromete o sucesso do tratamento.
 
A oftalmopediatra do Hospital de Olhos Vitória, Isabel Gazele, frisa que, quando descoberto no início, o retinoblastoma tem até 90% de chances de cura, com grande parte dos casos mantendo a visão. “Há casos em que o bebê já nasce com a condição. Quando detectada precocemente, a doença é curável e as chances de preservar a visão são altas. O diagnóstico precoce é essencial para evitar a cegueira infantil”.
 
A médica explica que esse tipo de câncer é ocasionado por uma mutação em um gene supressor, o RB1, sendo 40% hereditário e 60% esporádico. “O retinoblastoma tem um forte componente genético, sendo que as crianças que herdam a mutação, que está presente em todas as células do corpo humano, têm mais chances de desenvolver esse problema. Esses tumores são agressivos e o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento”, reforça Isabel.
 
Logo após o nascimento, os bebês devem passar pelo Teste do Olhinho, capaz de identificar alterações visuais iniciais ainda na maternidade. Já nos primeiros anos de vida, consultas regulares com o oftalmologista, com a realização de exames como Teste do Reflexo Vermelho, são fundamentais para detectar sinais da doença.
 
O sinal mais comum da doença é o reflexo ocular branco, conhecido como ‘olho de gato’. Ele costuma ser notado em fotos com flash ou sob luz artificial, quando a pupila está dilatada. Em olhos saudáveis, esse reflexo é sempre vermelho. No entanto, o “olho de gato” já indica estágio avançado da doença. Outros sintomas que podem aparecer antes são: estrabismo, sensibilidade exagerada à luz, deformação do globo ocular, dor nos olhos, inflamações, conjuntivites e redução do campo visual, quando a criança só consegue enxergar o que está na frente dela e não o que está ao lado.
 
Se perceber qualquer um desses sintomas é preciso procurar ajuda médica. “A orientação é clara: qualquer sinal de anormalidade nos olhos da criança deve ser investigado imediatamente. A atenção dos pais e responsáveis, aliada ao acompanhamento oftalmológico regular, é essencial para garantir uma visão preservada e mais qualidade de vida”, comenta a oftalmologista.
 
O principal objetivo do tratamento é interromper o crescimento do tumor, preservar o olho e, sempre que possível, salvar a visão da criança, podendo envolver quimioterapia, radioterapia e até tratamento oftalmológico a laser. “Quando a doença está muito avançada ou compromete completamente o olho, pode ser necessária a enucleação, que é a remoção cirúrgica do globo ocular. O objetivo do tratamento é preservar a vida e, sempre que possível, manter a função visual”, enfatiza Isabel.
 
Por Roberta  Peixoto 
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Jornal Resgate