
DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHA

Pr. Cleber Montes Moreira
“E lhe traziam criancinhas, para que as tocasse; e os seus discípulos repreendiam aos que as traziam. Mas Jesus, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais; porque de tais é o reino de Deus. Na verdade eu vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criancinha, não entrará nele. E ele, tomando-as nos seus braços, impôs suas mãos sobre elas, e as abençoou.” (Marcos 10:13-16 BKJV)
O episódio relatado no texto bíblico ocorre logo após o ensino de Jesus sobre o casamento e a família (Marcos 10:1–12). Portanto, a cena das crianças não está desconectada do contexto: ela reforça o valor que o Senhor dá à vida familiar e à formação espiritual desde a infância.
Enquanto muitos viam as crianças como insignificantes, Jesus lhes confere dignidade espiritual e importância eterna. Quando os discípulos tentaram impedir que os pequeninos fossem levados a Ele, o Mestre se indignou — expressão que revela profunda desaprovação. Para Ele, nenhuma barreira deve impedir que uma criança se aproxime do Salvador.
Levar as crianças a Jesus deveria ser algo natural, especialmente para os pais cristãos. No entanto, assim como os discípulos criaram obstáculos naquele dia, muitos ainda fazem o mesmo hoje — talvez sem perceber. As crianças são impedidas de irem a Cristo quando os pais se omitem de realizar o culto doméstico, de ler a Bíblia e contar suas histórias aos filhos. São impedidas quando os pais não priorizam a Escola Bíblica Dominical, onde aprendem valores eternos. São impedidas quando lhes é permitido escolher entre ir à igreja, ficar em casa ou participar de outros compromissos, como se a adoração ao Senhor fosse opcional. São impedidas também quando o exemplo dos pais não lhes dá autoridade para falar-lhes de Jesus — quando a incoerência entre o que se diz e o que se vive destrói a influência espiritual. E ainda o são quando os pais não oram com eles, não intercedem por eles, ou os deixam expostos a influências mundanas que afastam seus corações de Deus.
Tudo isso causa indignação a Cristo, pois Ele continua dizendo hoje o que disse há mais de dois mil anos: “Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais; porque de tais é o reino de Deus.” As palavras de Jesus mostram que Ele ama as crianças. Mas o texto vai além: o Senhor também nos ensina que precisamos receber o reino de Deus como uma criancinha. Isso significa ter um coração simples, dependente e confiante. A criança crê sem questionar, obedece com espontaneidade e se entrega sem reservas — e é assim que o coração humano deve se aproximar de Deus. O adulto que se acha autossuficiente não entra no Reino, pois nele só entra quem reconhece sua total dependência do Pai.
A cena termina de modo terno e comovente: “E ele, tomando-as nos seus braços, impôs suas mãos sobre elas, e as abençoou.” Jesus não apenas falou sobre as crianças — Ele as acolheu. Tomou-as nos braços e as abençoou. Isso nos mostra o cuidado e o amor pessoal do Salvador. Ainda hoje Ele deseja abençoar os pequeninos, mas para isso conta com a cooperação dos pais. É por meio da oração, do ensino da Palavra e do exemplo de vida cristã que os pais levam seus filhos até Cristo. A Escritura nos lembra: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6 — BKJV).
*Diante disso, vale refletir:* tenho levado meus filhos a Jesus ou tenho sido omisso? Tenho permitido que escolham entre ir à igreja, ir a outro lugar ou ficar em casa? Meu exemplo desperta neles amor à Palavra e à igreja do Senhor? Tenho caminhado com meus filhos no caminho da verdade ou apenas os tenho enviado sozinhos? Jesus continua com os braços abertos, chamando as crianças — e também chamando os pais a renovarem seu compromisso espiritual com a próxima geração.
As crianças pertencem a Deus e precisam ser conduzidas a Ele. Nenhum presente, nenhuma conquista, nenhuma atividade substitui o valor eterno de um coração infantil entregue a Cristo. Levar os filhos a Jesus é o maior ato de amor que um pai ou mãe pode realizar.
*Oração:*
_Senhor meu Deus e Pai, obrigado por Teu amor e cuidado sobre minha família. Hoje quero Te agradecer pelos filhos que me confiaste e pedir que me ajudes a guiá-los no Teu caminho. Perdoa-me pelas vezes em que falhei, quando o cansaço, a pressa ou o descuido me fizeram deixar de orar com eles, de ler a Tua Palavra ou de levá-los à Tua casa. Renova em mim o desejo de ser exemplo de fé, amor e obediência. Que o meu lar seja um lugar de culto, onde o Teu nome é honrado e onde meus filhos aprendam a amar-Te de todo o coração. Abençoa, Senhor, a nossa casa. Guarda os nossos passos e mantém nossos corações unidos em Ti. Em nome de Jesus, amém.
Edificou? Compartilhe com seus contatos!
Clique e inscreva-se no canal para ler outros devocionais.