Frente do Diabetes e associação capacitam 60 na Assembleia
No ano passado, o Espírito Santo registrou em torno de 368.036 adultos portadores da doença. Apesar do número crescente, há falta de profissionais especializados no tratamento na rede pública.
Cerca de 60 pessoas, dentre elas profissionais de saúde e portadores da doença, foram capacitadas sobre os tipos do diabetes, as formas de tratamento e o uso do “Libre”, um glicosímetro que serve para medir os níveis de glicose no sangue, no evento “Educar para salvar”, realizado na Assembleia Legislativa.
O evento – que faz parte de um projeto criado pelo Vozes do Advocacy em Diabetes, um grupo de 21 associações e dois institutos de todo o Brasil, que se unem em prol da causa do diabetes e da obesidade –, foi realizado pela Associação de Diabéticos do Espírito Santo e Amigos (Adies), com o apoio da Frente Parlamentar para Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes, que é presidida pelo deputado estadual Fabrício Gandini (PSD) no Legislativo estadual.
Realizado na última terça-feira (28), no Auditório Hemógenes Lima Fonseca, a capacitação é um projeto pioneiro, que será feito também em outros estados. Na parte da manhã, as palestras foram direcionadas para profissionais da saúde pública. À tarde, o público-alvo foi formado por pessoas com diabetes, especificamente do tipo 1.
Para começar, a médica endocrinologista Tatiane Genelhu informou sobre os tipos da doença, as formas de tratamento e sobre o uso do aparelho conhecido como Libre, glicosímetro usado para medir os níveis de glicose no sangue.
Após, a enfermeira Claúdia Bosco falou sobre a importância da educação em diabetes. E, para finalizar, a nutricionista Daniela Alves mostrou estratégias para driblar os problemas que a diabetes causa.
A coordenadora e diretora da Adies, Lorena Bucher, afirmou que o evento foi uma conscientização, para mostrar o que precisa ser feito aqui no Estado.
“A gente trouxe esse trio de profissionais para levar conhecimento para as pessoas. O nosso feedback foi maravilhoso. Os profissionais ficaram perplexos sobre o quanto não sabem e o quanto eles ainda precisam aprender”, avaliou.
Segundo ela, o trabalho da associação é para expandir o conhecimento em diabetes para toda a população do Espírito Santo e lutar por políticas públicas que atendam aos pacientes.
“A diabetes é uma das doenças que mais crescem no Brasil e não há expectativa de baixar. Ou seja, a curva é somente ascendente. Atualmente, 16% da população tem diabetes. É um número muito expressivo. As consequências que a doença gera são totalmente evitáveis. Há um excelente controle, desde que haja o mínimo de informação e acesso”, alertou.
*NUTRICIONISTAS*
A diretora também cita a falta de profissionais especializados para o tratamento na rede pública. “Hoje, em Vitória, temos dois nutricionistas para atender ao município todo”, criticou.
E acrescentou: “Mesmo quem tem diabetes não sabe se a doença está controlada ou não, porque não tem informação. A gente não tem profissionais suficientes para atender a essa demanda.”
Gandini, que também é diabético, reforça a importância de dar visibilidade à causa e promover a educação em diabetes. “É uma doença silenciosa que precisa de um acompanhamento rigoroso. Eu tenho acesso à informação e ao tratamento, mas grande parte dos diabéticos, não! Precisamos levar isso para as pessoas”, pontuou o parlamentar.
O deputado possui um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa que prevê o fornecimento dos glicosímetros para pacientes de até 12 anos que possuem a doença. O PL n° 793/2023 obriga o Poder Executivo Estadual a fornecer, por meio das Farmácias Cidadãs da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o dispositivo.
Cleberson Assessor Dep. Gandini
Gandini e Lorena: parceria para melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes no Estado.
Créditos. Júlio Miranda.