Gandini quer protocolo de segurança nas escolas estaduais

Vice-presidente da Comissão de Educação da Assembleia conheceu o trabalho do projeto Guardião Escolar, que busca um ambiente mais seguro nos colégios particulares por meio de treinamentos que usam livros, teatro e até fantoches, nos casos de ataques, incêndio e desastres naturais.


A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Espírito Santo recebeu a equipe do projeto Guardião Escolar, que atua na segurança das escolas particulares. Coordenada pelo vice-presidente da pasta, o deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), a reunião tratou sobre a insegurança e os riscos no ambiente estudantil.

O fundador do projeto, o ex-policial militar e bombeiro Rafael Luz, explicou que a empresa ajuda as escolas a terem um ambiente mais seguro para todos, por meio de treinamentos, relatórios e protocolos de segurança. As medidas podem auxiliar os alunos em casos de ataques, incêndio e desastres naturais.

“É fundamental gerar ações que aumentem o nível de segurança, mas para isso precisamos envolver a comunidade, os professores, os alunos, os pais e os colaboradores”, destacou Rafael, reafirmando que a empresa não faz a segurança, mas atua com a educação voltada para a segurança.

Ele explica a importância das crianças realmente entenderem o que deve ser feito nesses casos e, para isso, vale o uso da forma lúdica de explicar.

“A comunicação é 100% não violenta. Para crianças, usamos livros, teatro e fantoches nos treinamentos. Quando falamos com alunos de ensino médio, somos mais diretos, mas sempre de forma lúdica e respeitosa. Dessa forma, instruímos e preparamos as escolas para conseguir proteger os alunos”, disse.

No Espírito Santo, atualmente, o Guardião Escolar atua em três escolas particulares: a rede Maple Bear, o Colégio Renovação e o Sesi. Além disso, está em mais quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. Mas, segundo Rafael, o objetivo é chegar à rede pública de ensino.

“Somente em 2023, tivemos mais de 10 mil treinamentos. E sentimos cada vez mais o desejo da população por escolas mais preparadas, mais treinadas”, afirmou.

Gandini, por sua vez, pontuou para os recursos financeiros que são necessários, mas frisou que a segurança é uma questão fundamental.

“A ideia foi trazer o que é feito nas escolas particulares, e que pode ter a perspectiva de acontecer na escola pública. A gente não pode ter um abismo entre uma e outra, senão nunca vamos falar de educação de qualidade. Conhecendo tudo que é feito, a gente tem a perspectiva de construir esse protocolo de segurança no Estado.”

O parlamentar ressaltou a importância de agir fora de um momento de crise, podendo discutir o tema com mais calma.

*MORTOS*

Um ataque a duas escolas deixou três mortos e outros 13 feridos em Aracruz, no dia 25 de novembro de 2022. Os disparos aconteceram por volta das 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do centro do município.

“A gente fala muito sobre o assunto quando estamos vivendo uma crise, mas é fora dela que precisamos tratar da questão com mais racionalidade. Em um momento de crise foi feito um Plano Estadual de Segurança e a gente precisa saber se está sendo aplicado. Precisamos de soluções e ações a serem implementadas para garantir a segurança em todos os aspectos”, defendeu.

Recentemente, Gandini protocolou um projeto de lei que propõe medidas para melhorar a segurança em um raio de 100 metros dos portões de entrada e saída das escolas. O objetivo é garantir a seguridade nas áreas escolares, por meio da adoção de políticas públicas sistemáticas.

A reunião, que ocorreu na última segunda-feira (19), contou também com a participação de representantes de secretarias municipais de Educação dos municípios de Cariacica, Viana, Vila Velha e Serra. A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) foi convidada, mas não enviou representante para conhecer o projeto.


Gandini frisou, durante a apresentação do projeto Guardião Escolar, que a segurança nas escolas estaduais não pode ser discutida somente em momento de crise. *Créditos.* Assessoria parlamentar.

 

Gleberson Nascimento 

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