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Surto de adenovírus: “gripe” associada à conjuntivite aumenta entre as crianças

Lyvia Justino

Com a chegada dos dias frios, aumentam também os casos de doenças respiratórias. Nas últimas semanas, o número de crianças infectadas com adenovírus tem chamado atenção. O vírus atinge as vias aéreas superiores, com sintomas semelhantes aos de um resfriado, bronquite ou pneumonia, e pode vir acompanhado de vômito, diarreia e conjuntivite.

 

A oftalmopediatra do Hospital de Olhos Vitória, Isabel Gazele, explica que infecções nas vias aéreas podem impactar os olhos devido ao aumento da presença de substâncias virais nesta região. “Toda virose pode causar irritação ou inflamação ocular. Assim como sentimos dor de garganta, também podemos ter inflamação na conjuntiva. A transmissão do vírus para os olhos ocorre de forma muito fácil, devido a proximidade com as vias aéreas e o contato com secreções contaminadas”, explica. 

 

A médica alerta que o outono e o inverno intensificam esse cenário. “A conjuntivite viral é altamente contagiosa, bastando apenas o contato com secreções ou superfícies contaminadas para a sua transmissão. Somado a isso, temos o tempo seco, que reduz a lubrificação natural dos olhos, e o aumento de poluentes no ar, que favorecem a propagação do vírus. Nos dias mais frios, também passamos mais tempo em ambientes fechados e sem ventilação, o que torna o contágio ainda mais fácil, explica”

 

No Espírito Santo, os dados confirmam o alerta: o Hospital de Olhos Vitória registrou mais de 5 mil casos de conjuntivite em 2024. Só entre junho e setembro do ano passado, foram 2.257 ocorrências. Já entre janeiro e abril deste ano foram 1.284.

 

Nos casos associados ao adenovírus, os sintomas começam com sinais de resfriado, seguidos por olhos com secreção. “Embora não cause complicações graves, o desconforto pode ser intenso e durar até duas semanas. Os principais sinais são olhos vermelhos, inflamados, secreção aquosa e sensação de areia”, explica Isabel.

 

Para prevenir, é essencial evitar o contato com pessoas contaminadas, principalmente em locais fechados, e reforçar os cuidados com a higiene. “Lavar bem as mãos e evitar coçar os olhos são atitudes importantes. Também é preciso não compartilhar objetos como toalhas, travesseiros e maquiagem”, orienta a oftalmopediatra.

 

Já o tratamento, inclui compressas frias e uso de colírios adequados para cada caso. “Na presença de qualquer sintoma, é essencial procurar um oftalmologista. A automedicação pode agravar o quadro e até comprometer a saúde ocular”, finaliza Isabel.

 

 

 

 

 

 

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