A CONFIANÇA NA PROTEÇÃO E NO FAVOR DE DEUS

Pr. Cleber Montes Moreira

“Porém eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo. Senhor, guia-me na tua justiça, por causa dos meus inimigos; endireita diante de mim o teu caminho. Porque não há retidão na boca deles; o seu interior são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua. Declara-os culpados, ó Deus; caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão das suas transgressões, pois se rebelaram contra ti. Porém alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o teu nome. Pois tu, Senhor, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás com a tua benevolência como de um escudo.”_ (Salmo 5:7-12)

No final do Salmo 5, Davi faz um contraste marcante entre o destino dos ímpios e a esperança dos justos. Enquanto os inimigos tramam com palavras falsas e corações cheios de maldade (v. 9), ele firma sua confiança na proteção e no favor divino. Ele começa o versículo 7 declarando sua firme convicção: “Porém eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade.” Aqui, não há arrogância ou autossuficiência. Davi reconhece que seu acesso à presença de Deus — “a sede da presença manifesta do Senhor em Sião” (A. R. Fausset) — não depende de seus próprios méritos, mas da misericórdia divina. Esse reconhecimento encontra amparo no Novo Testamento, onde aprendemos que somos aceitos por Deus não por nossas obras, mas pela graça que nos foi revelada em Jesus Cristo (Efésios 2:8-9).

Davi ora por orientação (“guia-me na tua justiça”, v. 8) em um mundo cercado por adversários. Ele sabia que os inimigos não apenas o ameaçavam fisicamente, mas também buscavam desviar seu coração com mentiras e lisonjas (v. 9). Por isso, ele pede que Deus endireite seu caminho, confiando que o Senhor é quem o mantém firme. Que lição para nós! Em meio às pressões e tentações deste mundo, precisamos da direção divina para não nos perdermos nos conselhos dos ímpios ou nas armadilhas do pecado.

Nos versículos 11 e 12, o tom muda para uma celebração jubilosa: “Alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes.” Davi não apenas experimenta a proteção de Deus, mas convida todos os que confiam no Senhor a se unirem nesse louvor. A conclusão é belíssima e reconfortante: “Pois tu, Senhor, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás com a tua benevolência como de um escudo” (v. 12). O “escudo” aqui não é apenas um instrumento de defesa, mas um símbolo de cobertura completa. Assim como um guerreiro em batalha é protegido de todos os lados, o justo está envolto pelo favor de Deus, seguro em Sua presença.

Essa confiança não é ingênua. Davi enfrentava perigos reais — talvez Saul com sua lança ou Absalão com suas conspirações. Mesmo assim, ele descansava na certeza de que Deus é seu refúgio fiel. Essa deve ser também a nossa confiança. Em 2 Coríntios 4:8-9, Paulo diz: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados.” A proteção de Deus não nos isenta das lutas, mas nos sustenta através delas.

Aplicação:

Hoje, você pode estar enfrentando “inimigos” — sejam pessoas que o difamam, circunstâncias que o oprimem ou até mesmo lutas internas contra o pecado e a dúvida. Como Davi, leve essas aflições ao Senhor. Confie que Ele o guiará em Sua justiça e o cercará com Sua benignidade. Dedique um momento para louvar a Deus por Sua proteção, mesmo que a batalha ainda não tenha terminado. Lembre-se: o justo não vive pelo que vê, mas pela fé naquele que o guarda de todo o mal (Hebreus 11:1; Salmos 121).

*Oração:*
_Senhor, meu Deus, eu me achego a Ti pela grandeza da Tua benignidade. Guia-me em Teus caminhos retos, protege-me dos que se levantam contra mim e cobre-me com Teu favor como um escudo. Que eu encontre alegria em Ti, mesmo nas provações, e que meu coração exulte eternamente em Tua presença. Em nome de Jesus, amém.

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