Março Lilás: Conscientização visa prevenir câncer que afeta 17 mil mulheres por ano no Brasil
Com a chegada de março, mês marcado pelo Dia Internacional da Mulher, também ganha destaque a campanha Março Lilás, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Esse é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com cerca de 17 mil novos casos e 6 mil óbitos registrados anualmente.
O câncer de colo de útero é causado principalmente pela infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano (HPV), um vírus de transmissão sexual. A doença pode evoluir de forma silenciosa nos estágios iniciais, tornando fundamental o rastreamento por meio do exame preventivo, o papanicolau.
“O exame é rápido, simples e gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele permite identificar alterações nas células antes que se tornem um câncer, possibilitando um tratamento precoce e mais eficaz”, explica a oncologista Juliana Alvarenga.
Outro fator essencial na prevenção do câncer de colo de útero é a vacinação contra o HPV. O imunizante é oferecido gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, protegendo contra os principais subtipos do vírus relacionados à doença. “A vacina é segura, eficaz e representa uma das maiores conquistas da saúde pública no combate a esse tipo de tumor”, reforça a especialista.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a vacinação pode prevenir até 70% dos casos de câncer de colo de útero e 90% da incidência de verrugas genitais. Outra forma de prevenção é o uso de preservativos durante as relações sexuais, que reduz o risco de transmissão do HPV, embora não elimine completamente a possibilidade de infecção.
“O tabagismo também é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero. A orientação é que as pessoas não fumem, pois não existe uma quantidade segura de cigarro que possa ser consumida sem causar danos à saúde. Isso também se aplica aos cigarros eletrônicos, que são proibidos no Brasil”, alerta Alvarenga.
Sintomas
O câncer de colo de útero tem um desenvolvimento lento e, em muitos casos, não apresenta sintomas na fase inicial. No entanto, à medida que a doença progride, podem surgir sinais como sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal, dor durante o ato sexual, desconforto abdominal persistente e alterações no funcionamento do sistema urinário ou intestinal.
Quando diagnosticado precocemente, o câncer de colo de útero tem altas chances de cura. O tratamento varia conforme o estágio da doença, podendo envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia. “Cada caso é avaliado individualmente, mas quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de um tratamento menos agressivo e com melhores resultados”, destaca a especialista.
Por Fábio Andrade