Proporção de autistas sobe para 1 a cada 31 crianças nos Estados Unidos
Pollyana Fiorotti e Larissa de Sousa
Crédito Foto Malabaris Produções
Lucas Fiorot
Novo levantamento do CDC dos Estados Unidos, baseado em números de 2022, mostra um aumento em relação ao anterior, que apontava uma prevalência de 1 diagnóstico a cada 36 crianças de até 8 anos
Um novo relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), divulgado nesta terça-feira (15) e publicado nesta quarta-feira (16), revelou mais um aumento na taxa de crianças identificadas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em 2022 em comparação ao levantamento de 2020.
O mais recente indicador mostra que 1 a cada 31 crianças de 8 anos foi identificada como autista pelo sistema de saúde ou educacional americano de 2022 (prevalência de 32,2 em 1.000 crianças). Essa proporção vem crescendo nas últimas décadas já que era 1 para cada 150 crianças em 2000, a cada 88 crianças em 2008, 1 a cada 59 em 2014, 1 a cada 44 em 2018 e 1 a cada 36 em 2020.
Nacionalmente, os novos números apontaram ainda que a prevalência de autismo é 3,4 vezes maior entre meninos e menor entre crianças brancas, quando comparada à de outros grupos étnicos. Além disso, 39,5% das crianças diagnosticadas foram classificadas como pessoa com alguma deficiência intelectual.
Com a nova prevalência, uma projeção equivalente para o Brasil indica que o país poderia ter atualmente cerca de 6,9 milhões de pessoas autistas, considerando a população brasileira atual estimada em 212,6 milhões de habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para a médica neurocirurgiã pediátrica e pós graduada em psiquiatria infantil, Larissa de Sousa a explicação para este aumento de pessoas autistas certamente se deve a uma maior conscientização, mudanças nas práticas de diagnóstico e melhores estudos de prevalência.
A neuropsicopedagoga, Pollyana Fiorotti acrescenta “embora os dados sejam dos EUA, padrões semelhantes podem ser observados em outros países, inclusive no Brasil. Falar sobre isso é muito importante para garantir diagnóstico precoce e apoio adequado, especialmente neste mês dedicado à conscientização do Autismo”, afirma a especialista.
Por Mariana Ferreira