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Espírito Santo precisa qualificar 179 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025

23/05/2022 – TRABALHO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Até 2025, o Espírito Santo precisará qualificar 179 mil pessoas em ocupações industriais, sendo 39 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e cerca de 140 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar.

 

Isso significa que, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 78% serão em aperfeiçoamento. As ocupações industriais são aquelas que requerem conhecimentos tipicamente relacionados à produção industrial, mas estão presentes também em outros setores da economia.

 

O mercado de trabalho passa por uma transformação, ocasionada principalmente pelo uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva; e, cada vez mais, o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação para que os profissionais estejam atualizados.

 

Em todo o país, a demanda é de 9,6 milhões de trabalhadores qualificados. Os dados e a avaliação são do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base industrial no país.

 

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai ES), tem como uma das suas missões atender a indústria com mão de obra qualificada. Por isso, a Federação tem aumentado cada vez mais o seu diálogo junto ao setor produtivo e está atenta às novas cadeias globais para que possa oferecer um portfólio de cursos em sintonia com as reais necessidades do mercado.  

 

Hoje, temos 15,5 mil indústrias no Espírito Santo que geram quase 220 mil postos de trabalho formais. Ou seja, estamos falando de um setor que tem uma grande capacidade de gerar empregos, renda e irradiar oportunidades.  

 

Para a presidente da Findes, Cris Samorini, nesse contexto, o Senai tem um papel determinante na qualificação e na inserção das pessoas no mercado de trabalho. “Não é à toa que 7 em cada 10 alunos dos nossos cursos técnicos estão empregados. Um profissional bem preparado e com conhecimentos técnicos de qualidade é fator determinante para a indústria ser mais produtiva e, portanto, mais competitiva”, apontou.      

 

A demanda por formação no estado por nível de qualificação será de:

 

Nível de qualificação

Demanda

Qualificação (menos de 200 horas)

99.006

Qualificação (mais de 200 horas)

37.607

Técnico

30.091

Superior

12.504

TOTAL

179.208

 

Em volume, ainda prevalecem as ocupações de nível de qualificação, que respondem por 74% do emprego industrial no Brasil hoje. Contudo, chama atenção o crescimento das ocupações de nível técnico e superior, que deve seguir como uma tendência. Isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais de maior nível de formação, que saibam executar tarefas e resolver problemas mais complexos.

 

As áreas com maior demanda por formação são: Transversais, Logística e Transporte, Construção, Metalmecânica, e Alimentos e Bebidas. As ocupações transversais são aquelas que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em Segurança do Trabalho, técnico de Apoio em Pesquisa e Desenvolvimento e profissionais da Metrologia, por exemplo.

 

Estudo avalia estimativas e cenário político, econômico, tecnológico e de emprego

 

O Senai é a principal instituição formadora em ocupações industriais no país. Para subsidiar a oferta de cursos, em sintonia com as demandas por mão de obra do setor produtivo, o Observatório Nacional da Indústria desenvolveu a metodologia do Mapa do Trabalho Industrial, referência no Brasil. O estudo é uma projeção do emprego setorial que considera o contexto econômico, político e tecnológico. Um dos diferenciais é a projeção da demanda por formação a partir do emprego estimado para os próximos anos.

 

Para esse cálculo, são levadas em conta as estimativas das taxas de difusão das novas tecnologias nas empresas e das mudanças organizacionais nas cadeias produtivas, que orientam o cálculo da demanda por aperfeiçoamento, e uma análise da trajetória ocupacional dos trabalhadores no mercado de trabalho formal, que subsidiam o cálculo da formação inicial. Um trabalho de inteligência de dados e prospectiva que deve subsidiar ações e políticas de emprego e educação profissional.

 

Para o diretor regional do Senai ES e superintendente do Sesi ES, Cláudio Marcassa, o Mapa do Trabalho Industrial é essencial para que possamos conectar as necessidades das indústrias e se torna um farol para que as instituições atendam às demandas de profissões industriais com a oferta de cursos e serviços.

 

“Estamos em um cenário desafiador, onde a sociedade tenta se recuperar dos impactos de uma pandemia, mas os resultados do Mapa confirmam que estamos no caminho certo, que as diretrizes adotadas aos longos dos anos, com um olhar sempre para o futuro do trabalho e às necessidades do mercado, com uma grade curricular em nossas instituições que desenvolvam as competências e habilidades socioemocionais dos alunos, já no caminho das tecnologias da Indústria 4.0. Esse olhar está inserido em todos os nossos produtos, desde os cursos de Iniciação Profissional, que é uma necessidade apontada pelo estudo, bem como os nossos cursos técnicos, sempre oferecendo o ensino mão na massa”, afirma.

 

 

O estudo agrupa as ocupações industriais em 25 áreas. Abaixo, as que mais precisarão formar até 2025:

 

Áreas com maior demanda por formação (inicial + continuada)

Área

Demanda

Transversais

29.403

Logística e Transporte

28.175

Construção

27.817

Metalmecânica

26.546

Alimentos e Bebidas

12.510

Têxtil e Vestuário

9.358

Mineração

7.073

Tecnologia da Informação

6.523

Automotiva

6.163

Eletroeletrônica

4.476

 

Abaixo, as ocupações com maior demanda por formação, agrupadas por nível de qualificação: superior, técnico, qualificação mais de 200 horas e qualificação menos de 200 horas:

 

SUPERIOR

Voltados para quem tem o ensino médio completo ou equivalente, visam a formação de um bacharel ou licenciado. São de longa duração, com carga horária mínima de 2.400 horas, sendo que algumas chegam a 7.200 horas.

 

Ocupação

Demanda em
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Analistas de tecnologia da informação

423

2.637

Gerentes de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública

147

847

Gerentes administrativos, financeiros, de riscos e afins

169

811

Gerentes de comercialização, marketing e comunicação

105

654

Engenheiros civis e afins

175

588

 

TÉCNICO

 

Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (cerca de 1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio.

 

Ocupação

Demanda em
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Técnicos de planejamento e controle de produção

536

2.215

Técnicos de controle da produção

369

1.773

Técnicos em segurança do trabalho

168

1.559

Técnicos em operação e monitoração de computadores

324

1.320

Técnicos mecânicos na fabricação e montagem de máquinas, sistemas e instrumentos

293

1.341

 

QUALIFICAÇÃO + DE 200 HORAS

 

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão.

 

Ocupação

Demanda em
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Mecânicos de manutenção de máquinas industriais

1.292

4.003

Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário

972

3.928

Mecânicos de manutenção de veículos automotores

1.315

1.792

Padeiros, confeiteiros e afins

651

1.542

Eletricistas de manutenção eletroeletrônica

234

1.300

 

QUALIFICAÇÃO – DE 200 HORAS

 

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão.

 

Ocupação

Demanda em
formação inicial

Demanda em aperfeiçoamento

Alimentadores de linhas de produção

2.954

11.563

Motoristas de veículos de cargas em geral

1.928

11.097

Ajudantes de obras civis

3.094

5.785

Magarefes e afins

1.785

3.851

Trabalhadores de estruturas de alvenaria

1.751

3.252

 

Aprendizagem ao longo da vida para driblar desemprego e aumentar produtividade

 

O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, reconhece que a recuperação do mercado formal de trabalho será lenta em razão da retomada gradual das atividades econômicas no pós-pandemia. Para melhorar o nível e a qualidade do emprego e contribuir para o progresso tecnológico e aumento da produtividade nas empresas, será indispensável priorizar o aperfeiçoamento de quem está empregado e de quem busca novas oportunidades.

 

“Estamos diante de um cenário de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), reformas estruturais paradas, como a tributária, eleições e altos índices de desemprego e informalidade. Nesse contexto, o Mapa surge para que possamos entender as transformações do mercado de trabalho e incentivar as pessoas a buscarem qualificação onde haverá emprego. E essa qualificação será recorrente ao longo da trajetória profissional. Quem parar de estudar, vai ficar para trás”, avalia.

Fonte: CNI – Confederação Nacional da Indústria

 

 

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